terça-feira, 15 de novembro de 2011

Deep inside of me

Tenho tentado me manter em silêncio, como se meditasse a todo o momento ao ponto que as palavras não sejam mais necessárias. Falar não revela do que realmente você é feito só te diz que você está naquele lugar, mas sua presença não te faz uma pessoa importante, pois quando se tem algo pra dizer nunca é o bastante. Os diálogos se acumulam e no final do dia não há soluções; os sentimentos se misturam a palavras que fixam na sua mente, depois passam para o teu corpo, e as memórias nem sempre são boas. As coisas não ditas causam uma impressão insustentável, as inúmeras possibilidades que se formam em um olhar tornam as respostas ilimitadas. Há um fluxo interminável de sensações, mesmo quando enganados por nossos pensamentos o que evitamos pensar só passa despercebido se queremos, mas depois de algum tempo ainda está lá, e esquecer não é questão de tempo. E paciência é produto de desespero calado. O silêncio tem me mostrado que não consigo ficar calada, talvez por alguns instantes, mas o ego sempre tem algo a dizer, nem que seja só pra machucar. O silêncio está em todo lugar, esperando pra ser apreciado, ele é vazio de palavras, mas pleno de sabedoria, sabedoria essa insuportável para nossas mentes tão inquietas. Freud descobriu que podemos esconder o que não desejamos falar em um lugar misterioso chamado inconsciente e lá não há silêncio, aliás, o silêncio é a morada da inconsciência. Se tentar permanecer em silêncio não é o fato de reprimir algo, a apreensão é um modo de conhecimento interior, mas é tarefa árdua, como se o silêncio fosse a própria omissão, uma negativa, pois não é assim, silêncio é aceitar, você expande sua mente. Quando falamos, muitas vezes isso é resultado de experiência anterior, o que o outro nos diz agora não muda em nada nossas opiniões, o que queremos é dizer que entendemos o assunto, e para mim o silêncio é uma forma de transformação. Estamos sempre tão ausentes nas conversas, mesmos quando falamos que silenciar é uma forma de respeito. E por respeito a mim mesma, prefiro ficar em silêncio. Observe-me e me encontrarás entre as linhas.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Quando chegar não é o suficiente e ter é começar. Não havia nada a dizer que tornasse as situações tangíveis, nem caminho a percorrer que encerrasse os pensamentos cercados de dúvida. O que ficava claro confundia, compreender era perde-se. Retratos são ilusões em seu mundo, a verdade apenas uma porta onde só se passa uma vez. E as emoções se acumulavam, não se dissolviam em lágrimas, transbordavam e se espalhavam por toda a sua consciência.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Blue

Não é nada sobre a morte. Em um mundo de sensações a morte só seria o encerramento, vibraria em frequências inaudíveis. Há um vazio em si que era azul, dentro do azul. Um vazio com paredes. Olhar para o horizonte bastaria por um momento, imenso, intocável. Esperando por mim como o horizonte. Tremendo como uma lua na água.