Mostrando postagens com marcador Julio Cortázar. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Julio Cortázar. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 23 de outubro de 2013




"(...) convencida, como eu também o estava, de que um encontro casual era o menos casual em nossas vidas e de que as pessoas que marcam encontros exatos são as mesmas que precisam de papel com linhas para escrever ou aquelas que começam a apertar pela parte de baixo o tubo de pasta dentifrícia."

(O jogo da Amarelinha, Julio Cortázar: Capítulo I. 6 ed. Civilização Brasileira)

domingo, 20 de janeiro de 2013

O que sentiu ao pegar aquele livro nas mãos ultrapassava qualquer explicação lógica. Era como estar em outra década, a mesma da publicação talvez, se sentiu inspirada, como quando ouvia uma música ou admirava uma imagem e aquilo lhe perturbaria a alma até descobrir o que havia ocorrido naquele segundo em que tudo existia ao mesmo tempo que nada. Poderia viver qualquer coisa, mas isso era inexplicável, era divino, ou melhor, profano e perigoso para a sanidade. Como amava a escrita, a transposição das idéias em um livro. E lá estava ele eterno, quem dirá que no momento que abri a página não era ele que estava do meu lado? Talvez sentado, fumando um cigarro e sorrindo ou mesmo irritado: Júlio Cortázar!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Blue

Não é nada sobre a morte. Em um mundo de sensações a morte só seria o encerramento, vibraria em frequências inaudíveis. Há um vazio em si que era azul, dentro do azul. Um vazio com paredes. Olhar para o horizonte bastaria por um momento, imenso, intocável. Esperando por mim como o horizonte. Tremendo como uma lua na água.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Repetir "Desencanto" a noite inteira não me faz aproximar daquilo que achei que era amor. E descuidada deixei escorrer pelas mãos como água os amores que teria. E agora pouco me resta em que confiar. Passar os dias a contar as gotas de chuva e as lágrimas, transcorrendo em mim.

Me sentia segura quando nas pontas dos pés ia até teu quarto e observava-o dormir serenamente. Deitava minha cabeça em teu peito e acompanhava sua respiração. Sorria no escuro, enquanto sentia as linhas do teu corpo. Me balançava feito criança para penetrar seu sonho e compartilhar teu gosto onírico. Você me fez falta antes de partir. Você doía muito. Doía como parte de mim, parte de mim que eu podia perder. Ou quando olhávamos longamente um no olho do outro nos perdendo por memórias desconhecidas, quando sentia o gosto do teu pensamento, quando o amor era delicioso e telepático. Mas era em teus lábios que encontrava o êxtase. Primeiro tocava suas mãos, era um estímulo, um sinal químico, depois escorregava invertidamente pelo teu braço a ponto que meus dedos roçassem seu cabelo; e logo você tocava em minha cintura e me aproximava involuntariamente. Movidos por uma energia estranha, com minhas mãos desenhava seu rosto, colorindo sua boca, era real, aquilo era real, mas difícil de acreditar; minha mão tocava sua boca como se fosse a porta do paraíso, invadi-la parecia violar algo divino.