quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Contratempo

Valsas e saias rodadas
sonetos de amor sem começo
teclas e cordas
suspiros diamantes
agudo e grave
sons e formas
contos e encontros
sonhos na madrugada
mares gelados
ventos coloridos
violência
arames farpados
sangue
algodão doce
sorrisos falsos
concertos amados
sequências coreografadas
arte e morte
beleza e pobreza
pintura
olhos e máscaras
dentes
unhas e plumas
sopros
mordidas e saídas
sinos e trompas
cachos armados
brilho sem cor
lágrimas
farsas mentiras
poemas e rimas
alegrias
cores e amores
pianos sem companhia
damas vazias
copos meio cheios
cristais monocromáticos
dias nublados
e com música fiz minha melodia

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Pérolas Vespertinas

Escutava Beatles enquanto estava na cozinha e sorria para o céu azul da janela, pensando nos campos de morango para sempre...mas o sonho acabou e não poderia ouvir mais nada além da verdade latejando em minha mente, como pancadas em portas já quebradas.
O garoto dos lírios me esperava do alto da escada, chamava por meu nome sem conhecer-me e olhava para longe como se esperasse algo que não volta mais; e com os olhos soturnos clamava por esperança, esta que estava em meu sorriso amargo.
O dia estava nascendo e por entre as minhas veias eu sentia o ardor de mais uma alvorada, veloz e displicente com sua chuva translata de amor, esse que eu não conhecia e que circunscreve os limites do meu corpo.
Eu me sinto completa na ausência, a procura sempre me fez feliz; como estar só em uma montanha e por entre as brumas ouvir a voz de quem roubou minha sanidade.Correspondências de uma vida melhor e incurável.
Em mares doces com perfume de jasmim encontro vestígios de lírios, em chamas envenenando minha essência.
Como poderei unir-me a quem é tão humano e humilde com meus atos?Eu deveria ser exilada pelo meu comportamento emocional.
Em uníssono as palavras vão se desfazendo em uma bola de mentiras e olhos de gatinhos melindrosos me observam.
Acho que ser livre é direto demais, a única forma de não ser mais subjetiva é jogando com a liberdade em seu generoso abraço a despir-me.
Nua, minhas costas estão costuradas com seus laços e minha boca mordida de lembranças.O meu passado de molho em sangue.
Desfaça!Quero minha aurora de volta e meus anéis de rosas com suspiros, pois neste lago não enxergo minha face.Talvez a encontre antes de outro crepúsculo vazio.
Isso não deveria ser uma confidência, desejo apenas simplicidade mesmo que em sua superfície.
Deveríamos nos unir esta tarde, que passaria de uma mero detalhe quando as estrelas começassem a dançar na escuridão.
Ganhando um buquê de lírios, com estômago decorado de borboletas e com os olhos refletindo momentos de luz.


segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

De Passagem



Beleza


Nua


Formas


Ondas


Redondas


Dedos


Viajam


Pêlos


Corpo


Tangível


Sensível


Comestível


Prazer


Satisfação


Desejo


Escasso


Tênue


Inebriante


Inefável

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Ambigüidades

Escuto o sussurro das águas oceânicas
o seu charme invisível como o vento
uma brisa leve de agosto
o perfume do movimento
de suspiros desiguais