segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Não choro mais

Vai passar,
ele disse.
Mas quem se importa? Tudo passa e o resto?
Viver tudo para que um dia simplesmente passe.
O homem com seu terno azul marinho passou correndo, mas elegantemente arrogante; sentou-se na primeira cafeteria que encontrou e baixou a cabeça.
Chorou como uma criança de seis anos que se perde dos seus pais; pois ai está, ele estava perdido, perdido em linho; e por fim o que perdeu mesmo foi a linha, a linha dos seus pensamentos. Andava em trilhos no trem da boa vida.
Soluçava mágoas de dez anos atrás, soluçava arrependimento. Um homem sozinho é uma besta ou um deus?
Pouco se sabe da vida, o que ela reserva para os corações sonhadores, para os ingênuos, ou mesmo para os céticos.
O que se sabe é que um dia as coisas desmoronam e depois você se edifica, seja com cimento, seja com sangue.
Então, ela correu; correu para longe em seu vestido tão gasto. O vento em sua face despertava sorrisos de liberdade, de intensidade, de amor.
Sorriu como uma criança de seis anos que encontrou os pais dos quais se perdeu por alguns minutos; pois ai está, ela estava perdida, perdida em seu vestido velho, mas sabia o caminho para casa.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Bonequinha de Luxo

Estou tentando ser feliz; uma felicidade discreta, talvez me esforçando para não desanimar tão facilmente...isso é o que mais faço. Procurando livros, cadernos, entre outras coisas, encontrei um pequeno caderno que escrevi quando tinha doze anos, e ele dedicava aos meus futuros filhos, difícil de acreditar que já queria ser mãe naquela época. Mal lembrava de tal fato, e uma das poucas coisas que coloquei lá, estavam fotos das famosas de antigamente como Audrey Hepburn, e escrevi em baixo que seria um dia "igual" a essas divas. Não mudei muito posso dizer, mas sempre fugi de mim mesma. E agora o que mais quero é voltar, pra esse tempo de sonhos, onde apenas as musas do cinema invadiam meus pensamentos.