sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Astrologia na minha vida



- Minha filha porque você é meiga e grossa?
- É que eu sou ariana com ascendente em peixes.
- Não entendo...
- Nem eu!

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Infelizmente as segundas-feiras têm sido motivo de dias chatos e hoje para mim não é diferente. Não quero colocar culpa nos hormônios, mas sei que eles influenciam o meu humor. Sei que dormi triste, chorei e acordei triste. Passou muita coisa pela minha cabeça, o que eu estava tentando me desapegar com meditação sem disciplina voltou loucamente, pois é a minha companheira solidão. Tenho passado muito tempo com ela e os dias foram agradáveis, muitas descobertas sobre mim mesma, e a pior claro é que me preocupo com os que outros pensam sobre ela. Que exercício mental poderia fazer? Não estou imune a isso, o convívio social tem uma imagem de mim que em grande parte não sou eu, isso devido a meu jeito charmoso reservado (ok, não tão charmoso assim). Então nesse exato momento (dramático) sinto que não há ninguém que poderia me entender (aceitar). Todos tem receitas para me passar do que eu deveria fazer, pois abrigar a solidão não é das melhores coisas (é preciso). Mas a aceitação não é a do outro é a minha, a única que importa. E por que tem sido tão difícil? 

Decidi dar um novo rumo a minha vida, optei retornar para casa e restabelecer laços, e sei que não sou a mesma pessoa, pelo menos não o que sentia. Estou mais amorosa, tranquila, aceitando coisas do meu passado que me angustiavam, não me pertencem mais. Deixar ir, é o que tenho aprendido. Pandora abriu a caixa das feridas e as curou, mas tem outras que levam mais tempo. 

Tenho filosofado pela internet, resolvendo problemas pela internet, posso até dizer me apaixonando (criando ilusões) pela internet com alguém que nunca vi. Esse é o nosso futuro? Essa ausência? Estou em colapso. As vezes saio e me arrependo, as vezes estou em casa e a sensação é a mesma.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Espaço Sagrado



Quando morava sozinha sentia falta da solidão da casa quando morava com meus pais. Agora ela está por todos os cantos. Coloco Jorge Drexler pra preencher todo o ambiente, sua música me lembra algo íntimo, doce, sutil, assim como a intimidade que tenho com a casa vazia. Nos primeiros dias que voltei pra casa pequenas arrumações me animavam, limpava a casa como quem limpa a própria alma, mas continuo a mesma. Estou cansando dessa simples rotina, que na verdade é muito complicada. Há tantos detalhes: o pó dos móveis, a poeira do chão, as manchas a umidade, a dispensa, os roupeiros, a geladeira, os banheiros, os cantos esquecidos que precisam ser limpos, a segunda gaveta da cozinha com os talheres maiores, a areia da gata, as plantas...tudo isso e as pessoas descansam na frente da televisão. Para mim todo espaço é sagrado e deve conter partes nossas em forma de energia. 
Já fiz limpeza energética na casa com palo santo (muito bom por sinal), sal amargo e confeccionei um filtro dos sonhos para sala. Na verdade tentei colocar pedaços de mim espalhado pela casa, porque me sinto deslocada, porque tenho que respeitar meu próprio espaço sagrado.

domingo, 4 de maio de 2014

«...Eu bem suspeitava que um dia me havias de aparecer.
Esperava-te com uma paciência sem limites, calma.
Devora-me.
Deforma-me à tua imagem, a fim de que nenhum outro,
depois de ti, compreenda a razão de tanto desejo.
Vamos ficar sós, meu amor.
A noite não acabará.
O dia não voltará a romper para ninguém.
Jamais. Nunca mais. Por fim.
Matas-me. Fazes-me bem.
Choraremos conscienciosamente
e com boa vontade o dia defunto.
Nada mais teremos a fazer senão chorar o dia defunto.
O tempo passará. Apenas o tempo.
E mais tempo há-de vir.
O tempo virá em que não saberemos
que nome dar ao que nos unirá.
O nome apagar-se-á a pouco e pouco da nossa memória.
Depois desaparecerá por completo.»


Hiroshima, Meu Amor - por Alain Resnais

domingo, 6 de abril de 2014

Depois de todo esse tempo sem escrever continuo sem muito o que dizer. Os dias tem passados de uma maneira estranha, muitas coisas na minha rotina mudaram, mas aconteceu algo interno que não sou capaz de explicar. Sinto como se não fizesse parte do que ando vivendo, como se fosse mais uma peça dessa engrenagem louca chamada sociedade. Costumava ser a parte que tratava tudo, mas agora sou apenas um pedaço que funciona.