segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Trejeito


De tudo que restou nada sobrou; nenhum romance em mim ou parábola de amor.Fez-se humanidade meu pranto de princípios misantropo.Quando alguém vale mais que uma palavra e ruma para longe, onde a visão não pode alcançar, e só os loucos entendem com seus pensamentos desvairados sem fim.Me perdi nas montanhas por entre as brumas; desvalido, uma iconolatria para seu jogo, enfim sem armas, descomunal ao cansaço.Meus joelhos tangentes pelo ar tropeçam em momices minhas; indiferente à ação do tempo ignora minha direção.As estrelas indicam um trajeto suspeito, onde só meus passos divagantes ousam passar.Conhecendo a noite traiçoeira, bebo do seu doce veneno para me acalmar e sentir a íntima solidão.Meu corpo estremece aos primeiros raios de sol; ínfimos receios, desejos ao avesso.E pensando que tudo teria um fim incomensurável, um elo entre o que sou e o que não sou.Mesmo sabendo que sou apenas metade.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Sol pela boca

Queria levar uma vida “surrealista”. Não sentir raiva quando for humilhada, não ficar depressiva quando for rejeitada, orgulho ou pena.
Ser indiferente a mesquinharia, a inveja e a solidão. Fechar os olhos para a verdade...
Fingir que minhas momices são virtudes, que a dor é lição, o que não destrói fortalece, que acredito em Deus.
Andar pela rua lentamente respirando ar puro, vendo arte nos outdoors.
Simplicidade na face das pessoas, humildade no sorriso, coisas pequenas de grande valor.
Que o ciúme e a traição são necessários para uma relação equilibrada; a violência conseqüência de quem não tem nada.
Mal e bem se completam,doce e amargo, aromas e fragrâncias.
E tudo somente cores, ar livre, público e aplausos.Que esse circo fosse apenas provisório.



quarta-feira, 10 de outubro de 2007

metamorfose

amo um vulto
do que já foi
do que é
do que não sei
quem sabe um dia virá
mesmo que em forma de ar
ou em tempo futuro
mas que devolva a minha paz
porque viver assim não dá mais
sem rumo
sem cor
sem dor
amar o inacessível
daquele cuja a sombra inexiste
os passos não ficam na areia
o beijo ultrapassa qualquer sensação
sonho
delírio
Perdoa a minha mente
que farfalla ligeira
em lugar algum
como uma borboleta que quer voltar para o casulo

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

O estado de ser

As memórias ocupam o espaço do presente
como se viver de passado valesse
As mãos buscam no nada abrigo
fugindo do sentido...