segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Trejeito


De tudo que restou nada sobrou; nenhum romance em mim ou parábola de amor.Fez-se humanidade meu pranto de princípios misantropo.Quando alguém vale mais que uma palavra e ruma para longe, onde a visão não pode alcançar, e só os loucos entendem com seus pensamentos desvairados sem fim.Me perdi nas montanhas por entre as brumas; desvalido, uma iconolatria para seu jogo, enfim sem armas, descomunal ao cansaço.Meus joelhos tangentes pelo ar tropeçam em momices minhas; indiferente à ação do tempo ignora minha direção.As estrelas indicam um trajeto suspeito, onde só meus passos divagantes ousam passar.Conhecendo a noite traiçoeira, bebo do seu doce veneno para me acalmar e sentir a íntima solidão.Meu corpo estremece aos primeiros raios de sol; ínfimos receios, desejos ao avesso.E pensando que tudo teria um fim incomensurável, um elo entre o que sou e o que não sou.Mesmo sabendo que sou apenas metade.

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