É da nossa natureza nos separarmos e fazer de tudo distância.
Dos nossos sonhos só restou pó; do nosso desejo sobrou esperança.
Éramos o que devíamos ser, mesmos desconcertantes algumas coisas nos satisfaziam; livros e cafés, por exemplo. A insônia também fazia parte de nossos dias solitários, e isso muito agradava. Gostávamos de observar as estrelas e pensar, pois o que mais fazíamos era pensar.
Caminhávamos quando a dor se tornava aguda nos dias de chuva, e cada gota do céu nos mostrava o abismo em que nos metemos...e talvez por um longo tempo, ou até quando suportarmos a ausência.
A ausência de interesse, a ausência de ânimo, a ausência de paixão. Tudo era quase nada.
E lá estávamos outra vez, e não pela última, se os ventos não errassem a direção...
Mas o que procurávamos? O que era realmente o vazio? Será que seríamos plenos do que desejamos e não tem nome?
Um caminho de pura trevas percorreremos, e quando estivermos cansados e absolutos de nossos erros, talvez parássemos pra pensar, pensar no que fizemos até agora, pois nossa história é feita de letras de areia.
Continuar vale a pena?