Retornei
mas agora a dor é diferente
a dor não cabe em versos
a dor é apenas dor
não tem motivo
só sei que fere.
(O garoto olhou entristecido com seus olhos verde-desligado
pra garota morta
ela morreu sem deixar marcas
ela morreu sem nome
ela se foi, por mais que o seu corpo tremesse
ele não a conhecia.
E de todos os corredores por onde passava
ela lembrava dele
dos passos...
do quanto era insignificante sobre aquele olhar.
Mesmo sabendo que braços e pernas, são apenas braços e pernas).
É o mesmo maio-quase-junho de alguns anos atrás.
Os primeiros cinco meses são insuportáveis
e um dia você acorda do estado de letargia.
Retornei mesmo, porque não tenho onde cair.
Das letras gosto de fazer a confissão.
(Ele e ela.
Ele se importa?
Conseguiria amar mais que cachos e caras feias?
Abraçá -la em seus braços fininhos, escorregadios feito macarrão?
Roçar a sua barba-amarela-desapareceu sobre o pescoço dela?
Ela se entregaria?
Conseguiria amar- indiferença?
Sem arranhar o peito dele com impulso nervoso?
Se ele aceitasse amanhecer...)
Retornei e continuo só!
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