quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Toda semana é uma metamorfose

A morte me pareceu como uma menina de cabelos compridos e cacheados que com o andar decidido comecei a seguir. Não sei porque pensei na morte na caminhada até a rodoviária, mas havia uma sensação que me perseguia por esses tempos que andava sozinha, e eu chamava de atração. Essa atração pude perceber nos noticiários, pessoas mortas a cada segundo enquanto cumpriam sua rotina; a morte as rodeava e elas a atraiam. No universo as coisas acontecem e ninguém tenta explicá-las. Há um curso natural em tudo que acontece? O que se repete não comprova nada. Ultimamente tenho seguido o curso da minha vida e pouco sentido encontro. Tenho procurado desconstruir pra coexistir. Prateleiras de supermercado não me dizem nada, vitrines me cegam, tudo que me cerca me causa vertigem, mal estar social. E não sei se fico do lado dos intelectuais com verdades que só se aplicam a eles ou ao lado dos ignorantes que apenas sobrevivem. Sinto falta da infância, da inocência, do descobrir o mundo com fervor. Construí labirintos os quais me perdi, agora sento como se sustentasse meu próprio ego. Deito como se meus pensamentos corressem como um rio. E havia tantas coisas que não sabia dizer. Era só questão de suspirar da janela do ônibus, enquanto as coisas passavam correndo do seu lado, quase que perdendo a forma, principalmente se for noite e todos os carros com os faróis acessos, você fecha os olhos e abre rapidamente (que sensação!). Ao abrir os olhos só vejo faces cansadas a dar de ombros para a maravilha das formas. E nas minhas formas sempre havia uma ponte, ela ficava ali quando era preciso pensar um pouco na morte. A profundidade do mar, o mistério, a calma. E o que eu mais queria era me apegar a algo que compreendesse todas as minhas metamorfoses.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

E o que eu vou fazer com todas essas lembranças?

domingo, 9 de outubro de 2011

Passou os dedos pelos fios azulados de seus cabelos que teimavam a ficar tão adequados ao formato daquela cabeça tão pensante. Seu coração pedia mais, pedia o que não sabia, pedia sem pedir saber, apenas pedia, e dava pra sentir isso no seu suspiro cansado. Tocava o que via pela frente, distraía-se, enquanto o que mais precisava era de amor. Não amor de homem e mulher; era um desejo hermético de amor. Ela lhe falava coisas irrelevantes, sua natureza mística acaba por se misturar as conversas sobre a loucura. Havia um medo ali, o medo da loucura diante da loucura dos outros. A loucura de acreditar no que fosse, mas entregar-se a isso sem medo. Não era próprio dos dois. Não obstante afundarão as cucas nos livros a ler histórias que nunca contarão; nas músicas que falam de amores que não são seus; nas meditações em estados de espírito que não conquistaram, e em tudo que for resultado de boas experiências (arriscar-se). Se ela pudesse arrancaria as duas almas, lavaria muito bem, a esfregar bem o medo pra que fosse todo pro ralo, e depois colocaria-as bem estendidas no varal. Escorreria todo o desabor que se esconde nas entranhas, os resquícios de solidão.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011


Voltando para dentro de mim.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011




Yeah I feel low
Oh no