quarta-feira, 26 de março de 2008

E então, aqueles passos sem rima, aquela boca profana, aquele olhar sem gosto, aquelas mãos famintas decidiram se unir em um só dia.
Sufocando um peito sofredor, que chora lágrimas de ninguém.
O claro da noite que mais parecia dia cegava aos poucos aquela alegria, os resquícios de felicidade e satisfação.
E as coisas descompassadas como as noites turbulentas nas terras dos sonhos que não iriam acontecer, são entorpecidas com ilusões derradeiras.
Não há mais diferença de cor, aroma ou mesmo de tempo.Tudo é um remoto cinza desbotado, escancarando melancolia.
Como um piano que não para de se lamentar, com sua profunda tristeza, aspiro e ofego meus doloridos devaneios.

2 comentários:

Maria Joana disse...

pianos e suas melodias.... tristes como somos em nossos devaneios.
Lembras que pianos também tocam melodias felizes? E que nossos devaneios também nos podem arrancar sorrisos e fazer rodopiar os pés descalços? Nossa solidão pode ser contornada, e podemos mesmo ser felizes. Temos mais do que imaginamos ter, só não nos damo conta o tempo todo. Sente a doçura de uma tarde vazia, sente a doçura de ser como gostas e se as lágrimas querem de repente (sem motivo aparente talvez) visitar-te, dis a elas o quão doce é ser como és. Porque realmente é!

Ah.... de tanto ouvir você falar, baixei algumas músicas da Björk. Ela tem uma voz bem gotosa de e ouvir, mas não gosto muito do som eletrônico que têm as músicas... é um ritimo que não me agrada muito. Prefiro o piano ou as guitarras.

Beijo

Bárbara Lemos disse...

É, menina... com toda essa realidade a nossa volta, com toda a consciência de nós mesmo... como pudemos não sofrer de melancolia?

Pensamos parecido, moça.
Paz pra ti. Pra nós.

Beijo meu.