De tanto escrever
borrei os dedos.
Caí no esquecimento.
Só lembro do tempo em que
o Aroma do vento se misturava
a pó e cimento.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
sábado, 27 de novembro de 2010
Pro meu coração: chega de saudade.
Pro meu corpo: chega de falta.
Pra minha alma: chega de sonhar.
Pro meu corpo: chega de falta.
Pra minha alma: chega de sonhar.
Não vale a pena ficar chorando e resmungando pelos cantos. Quanto tempo se passou desde que parei de pensar? Quanto tempo se passou desde que esqueci de amar? Que o meu coração covarde começou a se machucar a cada passo não dado.
Lembro dos dias silenciosos em que queria gritar de qualquer modo o que estava sentindo, mas eu tinha um medo, de me perder por entre os meus devaneios. Sim, sempre tive medo do ridículo, do sentimento exagerado e superficial que saía de muitas bocas. Dos "eu te amo" sem amor, do convencionalismo bobo que é se apaixonar. Preferia ficar com o meu amor barato, tipicamente platônico, onde o que eu desejava acontecia. Por medo. Somente medo. Porque sempre quero mais, quero o mais intenso. Quero a verdade, mesmo que seja inventada.
Lembro que guardei e guardo isso tudo pra mim. Que me perdi na música, na dança, na literatura, nas cores. Minha compania eterna, a quem sempre me entreguei com interesse, com amor. Mas depois o que resta? Disfarçar frustação com arte, sempre foi uma boa estratégia, mas e agora que as responsabilidades me afastaram de tudo isso? Não é a toa que sou inconstante, que não me apego a realidade, que não paro em um emprego.
Não quero me desculpar pelos meus atos falhos. Acho que toda essa revolução que faço diariamente dentro de mim muito me serviu pra crescer, pra fortalecer meu espírito. Sim, vou continuar sempre a filosofar sem me chatear com isso, de falar de assuntos sérios sem se preocupar se isso encomoda o outro. De analisar, analisar e analisar o comportamento humano. Se me foi dado a sensibilidade de me ocupar com esse tipo de coisa, começo agora a aceitar isso. Cansei de tentar ser alguém agradável. Cansei de explicar o pouco que consigo pronunciar.
Vou continuar sendo essa hippie louca que não sai do armário. Que acredita que a estrada com seus perigos, as pessoas com suas histórias, são a representação do que é viver um pouco da verdade.
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pessoas porque insisto em gostar?
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
terça-feira, 23 de novembro de 2010
As pálidas paredes do coração fechado
A procurar por palavras, frases, versos soltos, sempre acabo me deparando com o chileno Pablo Neruda. Pouco sei da sua carreira literária, da sua bibliografia. De tempos em tempos acabo lendo algumas de suas poesias. A impressão fica forte, cada palavra, cada sensação. Sei da sua preocupação política e o quanto isso influenciou sua obra. Mas são nos sonetos de amor de Neruda que encontrei em uma biblioteca esquecida(em que as obras de grande autores servem apenas para preencher as prateleiras), que me deliciei com seus versos em um dia nublado e frio de uma segunda-feira morna. Do sutil ao caos resumiria esse dia. Posso não estar sendo fiel a toda complexidade da obra do autor, muitas vezes só procuro sentir o que estou lendo ou o que meu coração consegue transferir para cada dimensão do meu corpo, que é muito mais que matéria. "Confesso que vivi" foi o primeiro livro que tive contato com a escrita de Neruda, lembro que a cada palavra me sentia nos bosques chilenos, e essa impressão permanece até hoje, como se regredisse para uma época que não vivi. Essa é a parte interessante do contato que tenho do autor, suas metáforas do mundo, suas vivências, seus versos reticentes, deixam grande impressões do mundo. Redescobrir isso no meio do caos, do cotidiano, do comum, deixa a existência um pouco mais leve, um pouco mais bonita.
“Talvez não tenha vivido em mim mesmo, talvez tenha vivido a vida dos outros.Do que deixei escrito nestas páginas se desprenderão sempre – como nos arvoredos de outono e como no tempo das vinhas – as folhas amarelas que vão morrer e as uvas que reviverão no vinho sagrado.Minha vida é uma vida feita de todas as vidas: as vidas do poeta.”
Pablo Neruda
domingo, 14 de novembro de 2010
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
domingo, 7 de novembro de 2010
Ritual
No topo da montanha, o renascimento. Seu olhar vulgar sobre o divino (pausa). Deixe a névoa cercá-lo; bela manhã, dia de sonho. Sua flecha, sua escolha, sua honra. Coração de cavaleiro. Nos pulsos as serpentes.
Espalhe seu fogo. Acenda as tochas da salvação. Queime de novo. Céu e inferno em uma só noite. O ritual chama-o, ventos do destino.
Linhas vermelhas. O trajeto do rio muda com as ações dos homens. Sangue fluindo da terra. A chama ainda queima, o fogo se espalha lentamente.
As folhas caem, sua dança permanece nessa estação. Tudo está escurecendo. Oh! Sol! Novo dia! Nova era! O ritual anseia por você.
Espalhe seu fogo. Acenda as tochas da salvação. Queime de novo. Céu e inferno em uma só noite. O ritual chama-o, ventos do destino.
Linhas vermelhas. O trajeto do rio muda com as ações dos homens. Sangue fluindo da terra. A chama ainda queima, o fogo se espalha lentamente.
As folhas caem, sua dança permanece nessa estação. Tudo está escurecendo. Oh! Sol! Novo dia! Nova era! O ritual anseia por você.
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