Pro meu corpo: chega de falta.
Pra minha alma: chega de sonhar.
Não vale a pena ficar chorando e resmungando pelos cantos. Quanto tempo se passou desde que parei de pensar? Quanto tempo se passou desde que esqueci de amar? Que o meu coração covarde começou a se machucar a cada passo não dado.
Lembro dos dias silenciosos em que queria gritar de qualquer modo o que estava sentindo, mas eu tinha um medo, de me perder por entre os meus devaneios. Sim, sempre tive medo do ridículo, do sentimento exagerado e superficial que saía de muitas bocas. Dos "eu te amo" sem amor, do convencionalismo bobo que é se apaixonar. Preferia ficar com o meu amor barato, tipicamente platônico, onde o que eu desejava acontecia. Por medo. Somente medo. Porque sempre quero mais, quero o mais intenso. Quero a verdade, mesmo que seja inventada.
Lembro que guardei e guardo isso tudo pra mim. Que me perdi na música, na dança, na literatura, nas cores. Minha compania eterna, a quem sempre me entreguei com interesse, com amor. Mas depois o que resta? Disfarçar frustação com arte, sempre foi uma boa estratégia, mas e agora que as responsabilidades me afastaram de tudo isso? Não é a toa que sou inconstante, que não me apego a realidade, que não paro em um emprego.
Não quero me desculpar pelos meus atos falhos. Acho que toda essa revolução que faço diariamente dentro de mim muito me serviu pra crescer, pra fortalecer meu espírito. Sim, vou continuar sempre a filosofar sem me chatear com isso, de falar de assuntos sérios sem se preocupar se isso encomoda o outro. De analisar, analisar e analisar o comportamento humano. Se me foi dado a sensibilidade de me ocupar com esse tipo de coisa, começo agora a aceitar isso. Cansei de tentar ser alguém agradável. Cansei de explicar o pouco que consigo pronunciar.
Vou continuar sendo essa hippie louca que não sai do armário. Que acredita que a estrada com seus perigos, as pessoas com suas histórias, são a representação do que é viver um pouco da verdade.
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