domingo, 31 de outubro de 2010
Na verdade nunca te amei
Um velho amigo me disse que só esquecemos alguém substituindo essa pessoa, isso porque é assim que nosso cérebro funciona. Te esqueci aqui dentro e não tem mais ninguém. Mas o que dizer de tudo que senti até agora? Será que foi apenas uma fuga, um devaneio por não querer amar de verdade? Criei tudo que podia imaginar; os gestos, as palavras, os beijos, os encontros a luz da lua. Me divertia; sim isso sempre me divertiu, muitas vezes doía, mas tenho o coração doce. Nunca te amei, inventei um amor, só faltou o sentimento. Foste um belo sonho. Estou me afastando, estou feliz, acho que o amor invadiu meu peito. Tudo reside aqui dentro de mim.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
sim o mundo é belo, talvez repita isso pro meu cérebro todos os dias. respirando mangás, enchendo a cara de café e sorrindo pra vida que se desenha em cada gesto. eu observo com meu jeito desligado essas coisas pequeninas e com um puta de potencial pra me agradar. tudo é muito simples, tudo é muito claro. do lado de fora, do lado de dentro. é como uma dança, você se envolve na evolução das batidas. o que eu quero dizer, eu não falo. mas tem dias que me sinto única. parece que tenho palavras pra tudo e pra todos. mas não há nada em particular que eu tenha vontade de falar. e essa sensação é tão boa. apenas sentir, apenas viver.
Is what I am today
Light me up
domingo, 24 de outubro de 2010
Poeira das estrelas
Sou vento.
Sinto as direções;
novo rumo.
Sou mar.
Sinto as ondas;
escolhas.
Sou terra e fogo.
Sinto o novo;
perdas e ganhos.
Sou coração.
Sinto o pulsar;
sonho.
Sinto as direções;
novo rumo.
Sou mar.
Sinto as ondas;
escolhas.
Sou terra e fogo.
Sinto o novo;
perdas e ganhos.
Sou coração.
Sinto o pulsar;
sonho.
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Parsley, sage, rosemary, and thyme
Levantou a cabeça como se aquele movimento explicasse o que estaria por vir. Sentiu o vento mudando ao final de tarde, que junto com a noite trazia mistérios ou talvez fosse apenas um pressentimento. Subiu em seu cavalo na densa relva verde; acariciou seu pêlo macio e deitou a face sobre o dorso do animal. Fechou os olhos, e naquele momento único e solitário, a natureza o abraçava trazendo lembranças da feira de Scarborough. Quem seria aquela donzela que o observava timidamente enquanto agraciava o mundo com os mais doces acordes de harpa? Um cavaleiro como ele marcado pela guerra, pelo seu destino frio e honrado, ainda que o tempo o tornasse áspero, se sentia acalentado por aquele olhar. A donzela desconhecida despertou sentimentos há muito adormecidos e reprimidos por suas batalhas sangrentas.
“O que o levou aquela feira?” Pensava enquanto observava silenciosamente a colina. Sentia-se novo, Scarborough nunca mais seria a mesma, ele não seria o mesmo. Queria voltar lá, escutar os sinos ao longe, toda a agitação da cidade, e saberia que estaria perdido no meio de todos, pois seus pensamentos já não eram mais seus, estavam repousados sobre a doce face da donzela desconhecida.
Um trovador qualquer poderia cantar aquele sentimento; ele desafiaria todos os generais. Por amor o que um homem não seria capaz? Ela tecia seu caminho: aquelas flores em seu cabelo, não eram a primeira vez que as vias. O seu sorriso fazia lembrar de casa, quando ainda muito jovem apenas sonhava em ser um guerreiro e um dia encontrar um moça com quem poderia ser feliz e criar os filhos. Mas lá estava ela do outro lado da montanha; ela que um dia o pertenceu, e estranhamente sabia disso.
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quinta-feira, 7 de outubro de 2010
I can be cruel
Pouco importa;
você pouco se importa comigo
pouco importa pra mim.
Mas no verão você está lá
e eu te caço, de volta pro meus pensamentos.
Eu posso ser cruel, mas você não pode comigo.
E eu quero ser cruel, quero te ferir de verdade.
Mas não posso, no fundo não posso.
Eu realmente posso ser cruel...
mas no fim, só comigo mesma.
você pouco se importa comigo
pouco importa pra mim.
Mas no verão você está lá
e eu te caço, de volta pro meus pensamentos.
Eu posso ser cruel, mas você não pode comigo.
E eu quero ser cruel, quero te ferir de verdade.
Mas não posso, no fundo não posso.
Eu realmente posso ser cruel...
mas no fim, só comigo mesma.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Devora (outra balada)
Tua respiração pesada no meu pescoço, dava para sentir teu tormento, o teu cansaço. Podes repousar pelos entre...entre meus seios, entre minhas pernas. Sem explicações, sem vontade de conquistar, sem compromisso, somente o este e agora. Estou cansada de tanto talvez, de tantos planos, de tanto cotidiano. Mas não quero algo morno, comum, medíocre. Quero teu sexo soberbo, tuas mais loucas fantasias; profundidade. Coisa de verdade e só. Quero um momento, que seja só teu, que eu te pertença e possas se apoderar de mim, sem medo. Sem aquele medo antigo, de que pode dar tudo errado, de que acabaremos mal. Isso ainda é pouco, a ilusão, os devaneios, tudo que sempre foi apenas imaginado, isso vale muito pouco. A matéria de que sou feita; sonhos, apenas sonhos e isso dói. Dói te ver em algum lugar distante de mim, não gosto de te dividir, não gosto de te ver nos braços de outra moça, e nunca te vi, mas eu penso e penso muito...e isso me enlouquece.
Se soubesses que sou apenas carne e osso, que tudo o que eu gosto, que tudo o que eu canto, e tudo o que penso não passa de uma cápsula protetora. Se pudesses ter mais que isso, se eu pudesse te dar mais que isso; e eu posso e quero. Mas teus sinais me confundem, por que já estais metido na minha confusão. Espero que não te assustes. Pois eu só quero você aqui, do lado esquerdo, repousando sua cabeça em meu átrio e ventrículo esquerdo, quero que faça parte da minha pequena circulação. Somos feitos de ar, só te ofereço o meu, ofegante.
Se soubesses que sou apenas carne e osso, que tudo o que eu gosto, que tudo o que eu canto, e tudo o que penso não passa de uma cápsula protetora. Se pudesses ter mais que isso, se eu pudesse te dar mais que isso; e eu posso e quero. Mas teus sinais me confundem, por que já estais metido na minha confusão. Espero que não te assustes. Pois eu só quero você aqui, do lado esquerdo, repousando sua cabeça em meu átrio e ventrículo esquerdo, quero que faça parte da minha pequena circulação. Somos feitos de ar, só te ofereço o meu, ofegante.
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