terça-feira, 23 de novembro de 2010

As pálidas paredes do coração fechado

A procurar por palavras, frases, versos soltos, sempre acabo me deparando com o chileno Pablo Neruda. Pouco sei da sua carreira literária, da sua bibliografia. De tempos em tempos acabo lendo algumas de suas poesias. A impressão fica forte, cada palavra, cada sensação. Sei da sua preocupação política e o quanto isso influenciou sua obra. Mas são nos sonetos de amor de Neruda que encontrei em uma biblioteca esquecida(em que as obras de grande autores servem apenas para preencher as prateleiras), que me deliciei com seus versos em um dia nublado e frio de uma segunda-feira morna. Do sutil ao caos resumiria esse dia. Posso não estar sendo fiel a toda complexidade da obra do autor, muitas vezes só procuro sentir o que estou lendo ou o que meu coração consegue transferir para cada dimensão do meu corpo, que é muito mais que matéria. "Confesso que vivi" foi o primeiro livro que tive contato com a escrita de Neruda, lembro que a cada palavra me sentia nos bosques chilenos, e essa impressão permanece até hoje, como se regredisse para uma época que não vivi. Essa é a parte interessante do contato que tenho do autor, suas metáforas do mundo, suas vivências, seus versos reticentes, deixam grande impressões do mundo. Redescobrir isso no meio do caos, do cotidiano, do comum, deixa a existência um pouco mais leve, um pouco mais bonita.

“Talvez não tenha vivido em mim mesmo, talvez tenha vivido a vida dos outros.Do que deixei escrito nestas páginas se desprenderão sempre – como nos arvoredos de outono e como no tempo das vinhas – as folhas amarelas que vão morrer e as uvas que reviverão no vinho sagrado.Minha vida é uma vida feita de todas as vidas: as vidas do poeta.”

Pablo Neruda

Um comentário:

Anônimo disse...

"muitas vezes só procuro sentir o que estou lendo ou o que meu coração consegue transferir para cada dimensão do meu corpo, que é muito mais que matéria"

o que é que vc anda bebendo,garota?

gostei

Ass:Pri