O relógio da cozinha batia na escuridão
ecoava na extensão do cômodo
ausente da figura humana
O quarto projetava formas da janela
sombras monstruosas na parede
A respiração ao lado
os sonhos do outro
inacessível
O ar frio que entrava pela porta da sacada
balançando o filtro de sonhos
O som de rádio que vinha do quarto
com um jazz nostálgico
pedia um vinho
A lembrança de uma tarde de outono
a correria lá fora
a paz dentro
Escrever escutando Björk
pensando na insanidade
naquela parte surreal necessária
ao espírito
Pesadelos
pulsos rápidos
corpo?
E esse medo
da vida
e sua impermanência
Nenhum comentário:
Postar um comentário