segunda-feira, 24 de junho de 2013

Mais um ano, mais uma mudança de estação e fases da lua. E eu inconstante, cíclica, agitada, buscando minha face em um lago de águas revoltas. Tem coisas que me desconectam desse mundo, símbolos, palavras, sinais, lembranças, visões que duram pouco, pois tento afastá-las, e então se impregnam em meus sonhos e me assustam. Tenho recebido mensagens a todo momento, conhecido pessoas que são fagulhas, capazes de despertar estados inconscientes. 

Procuro sentir sem o condicionamento da visão, do olfato, do paladar, do tato, da audição; virgem dos meus sentidos. Tenho sido tantas mulheres. As duas Marias, Perséfone, Pandora, Ariadne, Morgana.




"Ariadne é uma mulher mortal associada ao divino, considerada ainda, como a Senhora dos Labirintos e o labirinto é a terra de nossas esperanças, de nossos sonhos e de nossa vida. Os labirintos são janelas do tempo, portais que aprisionam o tempo. São usados para facilitar estados alterados de consciência e tem paralelos com a iniciação, reencarnação, prosperidade e ritos de prosperidade." 

A presença feminina é muito forte na minha vida, apesar de  que um certo tempo estive aos cuidados do meu pai, quando ainda era uma menina. Mas nossa relação foi fragmentada, por traição, por ciúmes ocultos. Essa presença masculina no início da minha vida me afastou dos cuidados da minha mãe, assim como Perséfone foi roubada de sua mãe. E a separação da presença masculina da minha vida tem me aproximado, deste ciclo, que é mãe e filha. Não sei em que momento me fechei para o mundo, talvez tenha sido quando muito cedo neguei o masculino, o falo, ou em minhas descobertas sexuais regadas a enganosa noção do pecado. Talvez uma forma de vingança, assim como Pandora, onde a única castigada fui eu, pois não fui nenhuma das mulheres escolhidas por meu pai.  

E todas impressões e leituras que possuo estão além dos meus gestos, das minhas palavras, carrego em meus olhos, em minha lágrimas, no amor que é somente meu. Invoco Morgana, que é a representação da energia mítica das mulheres, "possui  múltiplas facetas, é o arquétipo da Deusa-Lua e da Mulher Eterna; é Mãe, amante e filha; é Senhora da Vida e da Morte. Foi associada inclusive à rios, lagos, cachoeiras, magia, noite, vingança e profecias". 


É tempo de regeneração, do meu segundo nascimento, do amor, do casamento sagrado, da aceitação do masculino, da unificação das diferentes forças do universo.

"A mulher busca a sua identidade (...) mas o referencial interno, que é a sua própria terra psíquica, é negado. Ao fazer a substituição do seu ego feminino pelo ego masculino, fica desorientada e esquece que possui como potencialidades dentro de si mesma um princípio masculino que a pode ajudar"



"Danço para mim mesma
Danço com minha'lma.
Danço para celebrar a vida
Que através de mim se espalha."



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