quinta-feira, 10 de abril de 2008

Aurora

Trim trim trim!O telefone começou a tocar mais não há ninguém para atender.
Ninguém ardentemente feliz ou tragicamente triste, só há uma alma desbotada observando o jardim.
Passeia seus dedos pelos cabelos encaracolados que o vento espalha pelo ar.
Os espirais de seus cachos a levam para um lugar seguro, perdido no tempo e no passado.
Ela era uma menina, uma menina doce e quem sabe satisfeita com os sabores da solidão.
Sorria para o céu...e agora? Todo o azul a rodeava, seus olhos lacrimejavam e seu sorriso desaparecia.
Lembranças.
Moléculas azuis oníricas a bailar entre o vão das páginas amarelas a recordar.
Sorrisos de outrora, lágrimas que hoje persistem, giram delicadamente em caixinhas de músicas onde bailarina não tem par.
Procurando firmemente por momentos de luz, observando as cores da aurora, desvanecendo a cada crepúsculo que não foi admirado.
Seu coração gelado implorando para ser lançado para além dessa dor, no mais alto da montanha para ser apenas uma sombra.
A ânsia é grande, e é para longe, de crepúsculo em crepúsculo que trilhará sua verdade e desvendará os mistérios da carne.

"Faça nascer o sol em mim".

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