quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Devora (outra balada)

Tua respiração pesada no meu pescoço, dava para sentir teu tormento, o teu cansaço. Podes repousar pelos entre...entre meus seios, entre minhas pernas. Sem explicações, sem vontade de conquistar, sem compromisso, somente o este e agora. Estou cansada de tanto talvez, de tantos planos, de tanto cotidiano. Mas não quero algo morno, comum, medíocre. Quero teu sexo soberbo, tuas mais loucas fantasias; profundidade. Coisa de verdade e só. Quero um momento, que seja só teu, que eu te pertença e possas se apoderar de mim, sem medo. Sem aquele medo antigo, de que pode dar tudo errado, de que acabaremos mal. Isso ainda é pouco, a ilusão, os devaneios, tudo que sempre foi apenas imaginado, isso vale muito pouco. A matéria de que sou feita; sonhos, apenas sonhos e isso dói. Dói te ver em algum lugar distante de mim, não gosto de te dividir, não gosto de te ver nos braços de outra moça, e nunca te vi, mas eu penso e penso muito...e isso me enlouquece.
Se soubesses que sou apenas carne e osso, que tudo o que eu gosto, que tudo o que eu canto, e tudo o que penso não passa de uma cápsula protetora. Se pudesses ter mais que isso, se eu pudesse te dar mais que isso; e eu posso e quero. Mas teus sinais me confundem, por que já estais metido na minha confusão. Espero que não te assustes. Pois eu só quero você aqui, do lado esquerdo, repousando sua cabeça em meu átrio e ventrículo esquerdo, quero que faça parte da minha pequena circulação. Somos feitos de ar, só te ofereço o meu, ofegante.

Um comentário:

Anônimo disse...

caraca Bru que inspiração!!


nada mais misterioso que a outra pessoa

ass: pri