segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Não vou me entregar as suas intenções maldosas, por mais que eu tenha tempo e desse tempo eu faço meu túmulo em vida. Corpo fechado; é como se eu não tivesse voz, é como se eu não importasse, o que sou por dentro. Rumo; era o que eu estava procurando, mas sempre desviando. E o que pode acontecer agora? Pra me tirar desse inferno, desse inferno que queima no meu peito. Quais demônios ainda tenho que enfrentar? Não passo de chamas e cinzas.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

ainda não encontramos o paraíso

Pode ver que é meu sangue?
respirando nosso próprio veneno
para o fim.

Tudo está ficando um pouco sombrio ultimamente
pode ver que é meu sangue?
que você é meu sangue
fervendo.


segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Pérolas Vespertinas II

Coloquei as mãos no bolso
joguei fora as cinzas
do nosso último encontro
como pode sustentar essa superficialidade?
só charme vazio
o brilho da ilusão.

Vou devorando meus desejos
mordendo meus lábios
até sangrar
perpétuo silêncio
tudo dentro de um só.

Não é mesmo fácil amar
o efêmero.
As linhas do rosto irão se acumular
mas as sensações são passageiras.

Não entrei no trem
esqueci as passagens encima da mesa
junto com o meu copo de solidão.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Insustentável

Beijei sua pele.
Beijei seus ossos.
Senti carícias vazias,
senti um corpo
e sua leveza.
O peso de mãos famintas,
o gosto acre do prazer
do prazer, do prazer.
Mas o sentimento se foi.
O triângulo, a porta, a chave.
Só pertencem aos que não procuram
somente entre as pernas.
Os que veem um corpo e
procuram a alma.
Ou será que um não pertence ao outro?
Sou só vento.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Drama

Ei garota,
pare de dormir.
Venha para esse dia
esse dia de fogo.
Coloque sua melhor roupa
suas rendas, seus laços.
Embeba sua boca de vermelho.
Ei garota,
pare de chorar.

Apenas pare.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Sutiã

Dormi com a tua respiração no meu pescoço. Tão leve quanto teu sono, um homem de palavras pesadas. Não queria acordar ao teu lado, passar mais uma alvorada com seu humor cortante, flutuar sobre a navalha. E mesmo assim quero viver sobre a tua sombra do que adormecer com meus meros devaneios.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

"O abismo não nos separa.
O abismo nos circunda."

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Queimação no esôfago

tic.tac.boom.
como explicar?
como perguntar?
como suportar?
como entender?
como segurar?
como não chorar?
como não explodir?
como não gritar?
como não suicidar?
Mais um dia
e minha paciência está queimando no esôfago.

sábado, 12 de setembro de 2009

Nell'Aria Bruna



Quando meu anjo virás me buscar?
Estou tão cansada, com a navalha do tempo em minhas mãos.
E se eu parasse os ponteiros do relógio?
Leva-me para onde os sinos nunca tocam e
me aqueça com seu olhar abrasante.
Faça-me esquecer!
A ferida nunca cessa
nunca cessa.


"When you gonna make up your mind
When you gonna love you as much as I do
When you gonna make up your mind
Cause things are gonna change so fast
All the white horses have gone ahead
I tell you that I'll always want you near
You say that things change my dear
Never change
All the white horses..."

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Devora I

Daniel olhou-a pela primeira vez; não, não foi amor à primeira vista, foi cegueira. O seu manto carmesim trouxe-lhe lembranças: talvez adormeceu algum dia nos braços dela, talvez há três séculos atrás, milênios, ou era apenas o desejo? Sentia sua pele estremecer ao encontro com a mão dela, como se as linhas da própria lhe mostrassem o destino, ou quem sabe estava marcado em seu palmo a maldição que os afastava, o caminho que os unia e a rua que os separava.
A sombra da solidão era sua morada. Sim, tivera muitas mulheres, mas ansiava pela que nunca teria...ansiava seus olhos negros, sua boca indecisa, seus cabelos quando ficavam vermelhos ao sol.
Se ele a amava? Ah, sim o amor! O que seria o amor para eles? Toque, palavras, alguns gestos?
Daniel diria que estava preso em um tempo sem horas, agarrado aquele dia em que a neve se misturava ao sangue, ou o contrário?, quando beijava os lábios que ainda estavam quentes e vermelhos da mulher do manto carmesim que tarde demais descobriu que amava. Mas a visão desaparecera, ao despertar do transe, olhou- a novamente, mais parecia uma criança bem crescida, mas tinha olhos ferozes e o sorriso encantador...então tudo ficou claro. Quando ele iria chamá-la pelo seu nome verdadeiro, as brumas a envolveram enquanto caminhava para o nunca.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Estava nua em um canto qualquer, frágil e desprotegida, ferida por tanta indiferença e covardia.
Sentia seu coração pulsando firme e pausado, em um breve espaço de silêncio que doía.
Era só silêncio, sempre a falta.Enquanto queria escândalos, gritaria, arranhões, promessas, ilusão, mordidas, mentiras...mas é sempre silêncio.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Estado niilista

Sou um grande nada
vivo no nada
vivo de nada
não gosto de nada
não quero nada
não sinto nada
não vejo nada
não sei de nada
e quero continuar não sabendo
grande solução!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Resquícios de solidão

Ai tristeza!
Que saudade sua
Você que sempre morou em mim
Me sinto tão vazia
Volta
e explica
O meu desalento
O meu desencanto
O meu sofrimento
Essa vida está me enganando
roubando aos poucos as minhas essências
que eu já fiz questão de esquecer
Faço esforço para tragar doces palavras
que nunca foram ditas
Azedaram

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Servatis a malificum

Que eu não me entregue
às ignorâncias do meu tempo
aos meus vícios.
Que meus olhos não se iludam
com a beleza
com o prazer.
Que minha boca não devaneie
não pretendo gastar meu batom à toa
em lábios profanos
Que a minha voz se cale
diante da dor
ele é minha
não tem máscara,
é pura e profunda.
Que eu não ouça
o sussurrar dos anjos soturnos
que me moldam em carne e osso.
Tentação e sombras.
Que isso não passe de uma metamorfose.




quarta-feira, 3 de junho de 2009

Dias sombrios

Não há folhas secas
Não há pôr-do-sol
Não há beijos de despedidas
Não há compreensão
Não há abraços
Não há sorrisos
Não há arpejos
Não há satisfação
Não há amor
Não há esperança

Você é triste
Você é frio
Você é nublado
Você é solitário
Você é ausente
Você não ama
Você é escuridão
Você é cruel
Você não ama

E ainda assim se sente confortável?

domingo, 24 de maio de 2009

Lagrimoça

Retornei
mas agora a dor é diferente
a dor não cabe em versos
a dor é apenas dor
não tem motivo
só sei que fere.

(O garoto olhou entristecido com seus olhos verde-desligado
pra garota morta
ela morreu sem deixar marcas
ela morreu sem nome
ela se foi, por mais que o seu corpo tremesse
ele não a conhecia.
E de todos os corredores por onde passava
ela lembrava dele
dos passos...
do quanto era insignificante sobre aquele olhar.
Mesmo sabendo que braços e pernas, são apenas braços e pernas).

É o mesmo maio-quase-junho de alguns anos atrás.
Os primeiros cinco meses são insuportáveis
e um dia você acorda do estado de letargia.
Retornei mesmo, porque não tenho onde cair.
Das letras gosto de fazer a confissão.

(Ele e ela.
Ele se importa?
Conseguiria amar mais que cachos e caras feias?
Abraçá -la em seus braços fininhos, escorregadios feito macarrão?
Roçar a sua barba-amarela-desapareceu sobre o pescoço dela?
Ela se entregaria?
Conseguiria amar- indiferença?
Sem arranhar o peito dele com impulso nervoso?
Se ele aceitasse amanhecer...)

Retornei e continuo só!




domingo, 5 de abril de 2009


"Oh!Voltai uma vez!eu sofro tanto!

Meus sonhos, consolai-me!distraí-me!

Anjos das ilusões, as asas brancas

As névoas puras, que outro sol matiza,

E lágrimas não têm que a dor do peito

Transbordem um momento..."