segunda-feira, 2 de julho de 2007

É

E na agonia...
Tudo paira no ar; aquele que sobre a sua cabeça surge às trevas.
Minhas amigas diria.O que seria de mim se não houvesse a dúvida?
Não quero ter a certeza do que sou, e sim que posso ser melhor e claramente simples.
Sem a ignorância que atravessa a mente, as barreiras que impedem passos à frente.
Sem meu medo não seria eu.Não seria ninguém, pois o medo é o que me mantém viva nessa doce tristeza.
Delicioso o acre deixado na boca, quando tudo permanece instável; à espera de surpreendentes sensações.
Ouvindo atentamente a várias línguas, ficando surda e muda; apenas observando a fumaça ir aos céus depois da queima.
As cinzas ficaram, foi o que restou do choro pelo ardente desejo de liberdade.
Há lá fora uma opção.Sobras do que me angustiaram por tanto tempo; agora quero ser livre de todo esse desamor que é a vida.
E se o vento assim aceitar, eu irei atrás da minha estrela.
Apesar de eu sentir o peso sobre as minhas costas, de todas as coisas que não resolvi e finjo não sentir falta; eu quero sentir a alegria tomar conta do meu dia e fugir de mim.
Não há nada pior que você mesmo com toda a sua melancolia acompanhar os sorrisos que brotaram da sua face.
Sim quero ficar inconsciente.De quem sou, fiz, não fiz, irei realizar, enfim o que está na superfície dos sonhos e devaneios.
Se for preciso saio de mim, não existo, por um breve momento de prazer.
Insignificante número que possa me proporcionar à leveza de um olhar que me tome às dores e tire esse peso de minhas doloridas costas.
É que vou caminhar, mesmo pisando nas folhas que secaram e sentindo o cheiro da terra molhada a minha volta.O sol brilhando diabolicamente a minha vista e uma nuvem negra para me fazer sorrir diante de tanta loucura.
Acredito que as nuvens passam e outras cinzas tomam o seu lugar.
O sol nasce e se põe, e a noite vem pra ficar.
E ao fechar os olhos, isso, aquilo e tudo mais, não passarão de um mero detalhe.
Aquele o qual lhe perturba o dia vazio e não lhe deixa dormir.
Mesmo acorrentado eu vôo...
Sobre a sua casa, a esquecida praça, mergulho no mar frio, sento me ao teu lado, escuto o vento, o silêncio, danço nos telhados, caminho sobre os velhos trilhos, reconheço meu passado, nada penso do futuro; só tenho a certeza que atrás desse muro tem outra parede.
E diante de tantas portas, eu só fico com uma chave que só pode abri-las uma vez.

2 comentários:

R Lima disse...

Vim por outros blogs amigos e encontrei um cantinho aprazível...

Linda sua forma de pensar...

Sucesso e vou virar freguês..



[ http://oavessodavida.blogspot.com/ ]

O AveSSo dA ViDa - um blog onde os relatos são fictícios e, por vezes, bem reais...

Maria Joana disse...

Maravilhosas a imagens que cria. Assustadora as semelhanças que se encontra em desconhecidos.
Se dançar realmente já não pode, continue escrevendo. Quem te incentivou tinha razão.
Engraçado, quando cheguei ao teu perfil pra ver o blog vi que gostas de Yann Tiersen. Estou escutando uma música dele agora. A valsa triste que não pára de soar em meus ouvidos.
...
e é tanta fumaça subindo ao céu....

Beijos