sábado, 14 de julho de 2007

Eu vi um passarinho morto

Tornou a manhã cinzenta, mais uma vida que se vai sem ser enterrada, morreu aqui nessa casa, leve com você meu pranto...Descansa e veja um novo sol.
Pobre criatura, deve ter morrido electrocutada por esses fios pretos que cortam o céu.Os seus se despedem do modo mais dolorido, tentando reconhecer o morto vivo.
A frágil vida, tão amarga e quente, doce nas margens e ácida no interior, que nem limão.
E o que posso tirar disso?É um ciclo vicioso.As vidas nascem e morrem.Coisa mais “nonsense”.
É um nariz sangrando depois de um soco e você enche de algodão, ignorante; pra parar o sangue; é o caco de vidro entre os dedos; a língua queimada; o céu da boca rasgado; a afta e o sal; a dor de dente. É a dor da vida.É dor de gente.
Não pare pra pensar e se culpar pelo seu viver, vá em frente e não perca tempo há muito sangue para ser derramado e muitas nuvens de algodão pra desabar na sua cabeça.
As estrelas roxas colorem o céu daltônico, ele é da cor que você vê.
Hoje é amanhã e ontem é hoje.Então corra pelos campos amarelados e respira melodia.
Voe pelo chão, grite para a sua mãe pedindo socorro.
Não estou louca, bêbada, perturbada.Eu estou escrevendo o que penso.E penso que o mundo é cores, mesmo que você não possa enxergá-las.
O céu está sem estrelas, mas eu sei que elas estão no mesmo lugar, tocadas pelo silêncio.
A beleza de duas formas que é a vida.

2 comentários:

Maria Joana disse...

A-MEI

Maria Joana disse...

"A beleza de duas formas que é a vida."
tão frágil, não é? efêmera...
e bela... não acha? tão colorida quanto a gente queira.